É mesmo emocionante voltar ao passado através dos registros históricos e remontar em nossa mente um pouco do que aconteceu e de como foi a vida dos primeiros cristãos da igreja nascente. Nesta reflexão quero examinar um pouco dos acontecimentos na igreja da era de Constantino como imperador e as heranças que ficaram até nosso tempo. Está claro que não foi fácil para os cristãos dos primeiros séculos enfrentar tantas perseguições, mas a ascensão de Constantino mudou tudo que eles conheciam e trouxe uma série de mudanças e é o que veremos a seguir.
A Igreja Nascente
A igreja nascente teve muitos desafios além das perseguições. Creio que o Espírito Santo os guiou diante das diversas e perigosas interpretações da fé que surgiram e também para discipular os novos cristãos vindos de outras religiões e culturas diferentes.
A Igreja sob Constantino
Com a ascensão de Constantino, a perseguição acaba para os cristãos; os bispos recebem bom tratamento do império e a igreja passa para o lugar de destaque. Vejo que os cristãos já haviam se acostumado com o martírio a ponto de nem todos aceitarem a paz e a bonança fugindo para desertos e outros lugares isolados além daqueles que se desligaram da igreja por considerarem que agora ela estava impura com o império religioso. Agora a igreja estava realmente debaixo das mãos de Constantino e os bispos pareciam se submeter mais a ele do que a Deus, a ponto de ele interferir até em documentos inerentes à igreja como o “credo de Nicéia”.
“Depois de um processo que não podemos narrar aqui, mas que contou entre outras coisas com a intervenção de Constantino sugerindo que fosse incluída a palavra “consubstancial”.¹(Gonzales)
A igreja estava realmente sob Constantino e parecia até pertencer a ele. Por isso aqueles mais comprometidos com Jesus não se submetiam ao que estavam presenciando a ponto de serem exilados, deixar a igreja ou saírem para os desertos por suas convicções como a reação monástica.
“os monges, no entanto, retiravam-se para o deserto, sem romper seus laços com a igreja, houve muitos outros que simplesmente declararam que o restante da igreja estava corrompido, e que eles eram a verdadeira igreja. Dos muitos grupos que adotaram essa atitude, o mais numeroso e duradouro foi o donatista”.² (Gonzales)
As heranças deixadas para a Igreja Atual
Olhando para a história dá pra perceber que muito do que fazemos hoje fazemos como nos dias de Constantino. Alguns pastores medem o sucesso ministerial pelo tamanho da construção do seu templo, vemos cristãos que vieram de outras religiões em um cristianismo que eles montaram com suas crendices, e ainda temos uma igreja que se esforça para ser bem vista e aceita pelas autoridades como naqueles dias, mesmo que isso custe sacrificar o evangelho.
Por fim, a história serve para nos recolocar no lugar correto e evitarmos cometer os mesmos erros do passado. Talvez seja mesmo o tempo de, como monges, nos retirarmos para os montes e madrugadas de oração, resistirmos ao sincretismo que se aproxima e nos juntar àqueles que realmente querem servir a Deus com integridade e sem medo de renunciar tudo por amor a Jesus e não como consumistas de religião. Creio em uma revolução, um avivamento ou um mover qualquer da parte de Deus para que haja um despertamento da noiva de Cristo para os últimos dias desta geração.
Bibliografía